Viva bem até o momento em que compreendi que me achava sufocada, em trevas, e essas trevas, que não me pesavam antes, agora me causam uma insuportável sensação de envenenamento. Sem ar, é como se me debatesse dentro de um elemento viscoso e mole; no fundo meu espírito, uma força tenta em vão romper a camada habitual, revelar-se, impor a sua potência que eu desconheço e não sei de onde vem. Repito, ignoro o que esteja se passando comigo - surda, causticada, vagueio entre as pessoas sem coragem para expor o que se passa no meu íntimo, mas suficientemente lúcida parater certeza de que um monstro existe dentro de mim, um ser fremente, apressado, que acabará por me engolir um dia. Ah, que voz é esta que rompe meus lábios, que é isto que me faz andar de cabeça erguida, que me atira inteira para a frente, como um ser ferido pelo aguilhão? Mas, a danação é um fogo que arde solitário; às vezes ardemos um, ardemos dois, ardemos toda uma comunidade, mas isolados em nossa chama particular, donos únicos daquilo a que poderíamos chamar o nosso malefício e o nosso ultraje. Este é o último, o mais desesperado dos esforços para reencontrar a mim mesma, e ser, apagada e fria, não feliz como poderia desejar, mas indiferente, como sempre o fui. O coração porém se nega ao meu apelo, e eu mastigo palavras que na verdade não me dizem coisa alguma, quieta, sentindo bater esse coração que parece morto a qualquer tipo de esperança...
Agora sou uma Ana..
2 comments:
Mas a verdade vive dentro de nós, não é exatamente bonita e tampouco libertadora.
Um pouco de "ou não" pro seu post. :P
Te adoro, sua linda! :*
massa demais
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